30/10/2012
A escuridão me cai bem, então optei por escrever no escuro. É, aparentemente, as pessoas estão certas quando dizem eu após se acostumar vem o próximo passo: gostar. Fazia tempo que eu não escrevia; confuso que eu me sinto um tanto tola colocando no papel um pouco de mim, talvez certo, talvez errado, ou talvez, por ser um papel e um lápis, ambos minhas propriedades, eu simplesmente não devesse pensar em um certo ou errado, afinal, provavelmente nesse caso o correto nem exista. Sem regras, sem julgamentos, apenas a insegurança e o medo que me habitam.
Eu me lembro de ouvir que minha principal característica era meu sorriso. Eu sorria o tempo todo, com os lábios, os olhos e até com as palavras e atitudes. Mesmo quando as coisas não estavam bem, eu me sentia feliz por sorrir da mesma forma. Talvez eu pensasse que era assim, na verdade. Apenas uma ilusão de menina dramática. Ou talvez não, mas isso ninguém sabe.
Não dá para dizer que é tudo consequência dos últimos anos. Eu sempre fui uma criança insegura, talvez eu tenha sido também sempre bastante auto-crítica. Essa absorção de loucura, criação do medo, procriação da insegurança, tudo isso junto, transformou o “insegura” em “absurdamente insegura”. As frases passaram a começar sempre com “eu acho” ou “talvez, afinal, dentro do meu próprio caos, nem mesmo as palavras são certas. Quem sou eu para saber de algo, certo?! Ou talvez o certo seja: quem sou eu pra duvidar da minha própria opinião? Mas hoje nada precisa ser certo... Só precisa ser eu.
Essa preocupação obsessiva com os outros obviamente não é atoa. Eu não quero que ninguém tenha medo, e o que a dor mais proporciona é ele mesmo: o medo. Eu não quero perder ninguém depois de ter perdido a pessoa mais especial de todas... eu mesma. Dentro da minha loucura eu perdi os caminhos da perfeição, me joguei da ponte que me permitia ser eu mesma e aqui estou, dentro do nada. Não é culpa de ninguém mais nem ninguém menos do que eu mesma. Eu criei a loucura.
Não é um texto que traga uma conclusão, nem mesmo que traga o bem. Hoje eu não preciso de algo que me cerca há tempos, eu só quero... escrever. Nem tudo tem que trazer um fundamento, na verdade.
É, eu também não gosto mais de escrever. Palavras vazias logo perdem sua graça.
Por que as coisas estão assim, por que eu nem mais sei dizer o que penso? Desde quando eu me perdi assim?
Os dias vão passando, eu já deixei de ganhar coisas, amigos e argumentos, agora aos poucos eu vou perdendo as palavras, as pessoas e, no final, talvez o vento consiga levar também os meus próprios sentimentos.
Com as mãos na cabeça, eu escuto meu coração. Ele bate fraco, uma pulsação por vez para não deixar com que o barulho atrapalhe ninguém.
E assim, dia após dia, vidas vão surgindo enquanto eu vejo a minha partir.
“Não tem mais jeito, acabou, boa sorte, não tenho o que dizer, são só palavras, e o que eu sinto não mudará.”
fly with me
segunda-feira, 26 de setembro de 2016
sexta-feira, 19 de abril de 2013
entao,
e, do nada,
eu entendi
entendi o valor da vida, sabe?! nada melhorou desde entao, nada mudou, só em mim
eu aprendi a ver a vida
como ela tem que ser vista, com valor
de repente eu entendi que
tanto faz a dor, tanto faz nao ter chao
as coisas mudam
e eu só tenho essa chance de viver.
Eu vejo a vida como um tabuleiro,
nao é um jogo em relacao as pessoas,
nao é como se voce pudesse brincar com as pessoas/ vida como em um jogo,
mas sim como se voce pudesse vagar livre pelo tabuleiro...
há desafios, obstáculos,
eu nem sei o que estipula esses obstáculos, nem se tem alguem, que nao eu, que interfere nos meus caminhos, mas isso nao importa,
porque temos tantas opcoes de caminhos,
nos podemos errar várias e várias vezes,
vários desses erros encurtam o número de casas do nosso tabuleiro: fumar, drogas, acidentes...
e todos, todos eles mudam os caminhos, as opcoes que nós podemos seguir
e temos tantos caminhos...
no final, todos nós vamos morrer
e se nós vamos morrer mesmo, se vamos virar lembrancas, todos esquecerao, porque uma hora toda uma geracao morrera,
pra que disperdicar uma chance?!
se acontecer algo que marque todos a sua volta,
um erro sem volta,
mesmo assim, temos tantos caminhos a seguir
é um tabuleiro infinito, até que ele se torne finito
eu nao sei se voce entende o que eu quero dizer
mas nós vamos morrer, todos vao, porque antecipar isso, porque jogar fora um tabuleiro que nós podemos vagar por apenas uma vez na nossa existencia?!
e se houverem outras vidas, outros corpos, outros universos, nós só vamos saber quando chegarmos ao fim, entao porque arriscar algo assim, quando voce pode arriscar caminhos, conquistas, felicidades, novos amigos, novos lacos...
é tudo tao relativo, passageiro,
nossas chances se renovam todas as manhas
e todas as manhas que eu passo dormindo, eu to desperdiçando uma manha de alegria, felicidade
e mesmo quando eu to triste
é bom, eu to aprendendo
e quando voce entende que tudo passa, é tudo tao mais fácil
é claro que num momento de tristeza absoluta voce sente que nao dá mais,
mesmo depois de entender isso eu sinto,
só que dá sim, sempre dá
porque a vida é bonita, é uma chance que a gente tem
de deixar uma marquinha no mundo, de tocar o coracao de alguém,
de ensinar alguém o que é o amor, de fazer alguém sorrir
e se eu puder vagar pelas minhas casas desse jogo infinito enquanto durar, deixando minha marca,
mostrando pras pessoas o que eu penso,
fazendo alguém feliz,
deixando outras tristes, mas isso é um incidente, acontece, a gente recupera isso,
se eu puder deixar as pessoas alegres
espalhar amor por aí,
mesmo que pra todas as pessoas que eu conheco, 2 ou 10000,
se eu puder tocar as pessoas que cruzarem meu caminho,
entao ter jogado por (tanto) tempo
vale a pena
e enquanto eu tiver essa chance,
que é uma chance única, voce é jogado no mundo, tem seu tempo (ninguém sabe qual) de cumprir sua meta,
vai valer a pena, e eu vou aproveitar,
vou fazer valer cada dia que eu puder estar viva, entende?@
?!*
quinta-feira, 11 de abril de 2013
Sabe, eu estive pensando na vida; mortes são péssimas mas também nos fazem refletir, o que é bom.
Eu estive pensando no objetivo dela. Estamos aqui, com o poder de vivermos, amarmos, sentirmos, falarmos, agirmos. É tudo meio confuso, há tantas coisas sem explicações, há tao diferentes sentimentos, tantas personalidades divergentes, tantas acoes estúpidas, mas também há as acoes que movem o mundo, aquelas que transformam os lábios de uma garotinha em sorriso, aquelas que mudam o rumo de pessoas... Há aquelas também que movem nações mostram alternativas, caminhos, soluções Há aqueles que se dedicam a filosofia, seres racionais, que se questionam do proposito de tudo, buscam soluções, informações, opiniões, pensamentos; temos também aqueles que se dedicam a sociologia, estudam a sociedade, o individuo, prevem futuros acontecimentos, estudam a razão daqueles que já se passaram... Temos tantos heróis que nem mesmo tem um nome reconhecido, as vezes nem amigos. E eu estive pensando em qual seria o propósito disso tudo. Nascer, viver, morrer. Criar lacos, sofrer, partir coracoes, sorrir, amar, procriar, partir. Deixar marcas, criar histórias, mudar rumos. Realizar escolhas. E entao eu entendi que, o meu viver tem como objetivo deixar minha marca. Nao cantando, nao dancando, nem atuando. Sem palcos, palestras, autográfos e shows. Mas se, os poucos - que se pararmos pra pensar sao muitos - que cruzam meu caminho ao longo de todo tempo que eu passarei nesse mundo pudessem ser tocados por mim, pudessem ter minha marca neles, se eu pudesse causar um sorriso, solucionar um problema, demonstrar uma opiniao, entao eu estaria criando minha historia. Coisas pequenas, orfanatos, doacoes, piadas, ajuda... Se eu pudesse ser lembrada como uma pessoa alegre, pelos poucos que me conheceram, se eu pudesse despertar a simpatia nas pessoas, preencher vazios com minhas palavras, sem amigável com aqueles que por algum motivo cruzaram meu caminho, eu nao precisaria de mais nada.
(...)
Eu estive pensando no objetivo dela. Estamos aqui, com o poder de vivermos, amarmos, sentirmos, falarmos, agirmos. É tudo meio confuso, há tantas coisas sem explicações, há tao diferentes sentimentos, tantas personalidades divergentes, tantas acoes estúpidas, mas também há as acoes que movem o mundo, aquelas que transformam os lábios de uma garotinha em sorriso, aquelas que mudam o rumo de pessoas... Há aquelas também que movem nações mostram alternativas, caminhos, soluções Há aqueles que se dedicam a filosofia, seres racionais, que se questionam do proposito de tudo, buscam soluções, informações, opiniões, pensamentos; temos também aqueles que se dedicam a sociologia, estudam a sociedade, o individuo, prevem futuros acontecimentos, estudam a razão daqueles que já se passaram... Temos tantos heróis que nem mesmo tem um nome reconhecido, as vezes nem amigos. E eu estive pensando em qual seria o propósito disso tudo. Nascer, viver, morrer. Criar lacos, sofrer, partir coracoes, sorrir, amar, procriar, partir. Deixar marcas, criar histórias, mudar rumos. Realizar escolhas. E entao eu entendi que, o meu viver tem como objetivo deixar minha marca. Nao cantando, nao dancando, nem atuando. Sem palcos, palestras, autográfos e shows. Mas se, os poucos - que se pararmos pra pensar sao muitos - que cruzam meu caminho ao longo de todo tempo que eu passarei nesse mundo pudessem ser tocados por mim, pudessem ter minha marca neles, se eu pudesse causar um sorriso, solucionar um problema, demonstrar uma opiniao, entao eu estaria criando minha historia. Coisas pequenas, orfanatos, doacoes, piadas, ajuda... Se eu pudesse ser lembrada como uma pessoa alegre, pelos poucos que me conheceram, se eu pudesse despertar a simpatia nas pessoas, preencher vazios com minhas palavras, sem amigável com aqueles que por algum motivo cruzaram meu caminho, eu nao precisaria de mais nada.
(...)
segunda-feira, 27 de agosto de 2012
Voce
já parou pra pensar como seria abrir a porta do banheiro um dia, e me ver ali,
ou melhor, apenas meu corpo, sangrando? O que te atormentaria naquela semana, a
cena vista ou todas as memórias, todos os arrependimentos? Já se perguntou como
seria acordar todos os dias e não me ter ali, pra te atrasar, pra te fazer
gritar logo de manha? Será que voce se lembraria de todas as vezes que me deu
lágrimas quando poderia ter me dado apenas sorrisos? Se lembraria das vezes que
me fez sorrir, mas mesmo assim se arrependeria de algumas atitudes? Ou será que
voce apenas se lamentaria, sem pensar em nada, sem arrepender de nada?
Já
se perguntou como seria chorar todos os dias arrependido de algo que não volta
mais?
Já
se perguntou como seria desejar um abraco mais que tudo, um abraco que voce
disperdicou, recusou, e não poder mais te-lo?
E se voce tivesse uma semana, uma semana apenas, pra me fazer sorrir? Voce
pensaria antes de gritar, de me proibir de sair por motivo nenhum, de me xingar
e me machucar? E se por acaso essa fosse minha última semana, voce me faria
sorrir cada segundo do meu dia?
E
será que voce já se questionou até quando eu vou viver? Ou melhor ainda, se
questionou o que voce faz para que esse dia, da minha partida, se afaste cada
vez mais, ou se torne algo tao dispensável, algo que não faria diferenca
considerando todas as alegrias vividas antes dele?
E
tudo que voce me diria caso fosse a última chance de me fazer ouvir qualquer
coisa, já pensou no que seria? Já pensou em quantas vezes voce quis dizer algo
e não disse, mas caso não tivesse mais oportunidade de olhar nos meus olhos,
sentir minha respiracao e até o calor da minha pele, iria se arrepender
mortalmente?
Se
não, deveria.
Deveria
pensar em quantas lágrimas me forcou a derramar, quando tudo que eu precisava
era sorrir. Todas as vezes que tudo que eu quis foi um abraco, mas voce nunca
percebeu, nunca pensou em dar. Não foi por mal, nunca foi. Mas me fez mal, como
fez. Cada grito, cada palavra, cada xingamento. Doeu. Muito.
Talvez
se um dia eu partir, sem aviso prévio, sem dor, sem nada, só for embora, pra
sempre, voce deveria pensar nos momentos em que me fez sorrir. E naqueles que me
fez chorar, só pra nunca mais repeti-los. Chorar faz parte, mas ser machucada
da forma que eu fui não faz.
Eu
não preciso ouvir essas coisas, não preciso sentir isso. Voce já parou pra
pensar? Já parou pra pensar como tudo pode ser mais fácil se voce apenas pensar
antes de falar? Ou gritar, como na maioria das vezes.
Talvez
se essa fosse minha ultima semana aqui, com voce, tudo isso mudaria.
Provavelmente essa não seja minha última semana, nem a próxima, nem mesmo a
seguinte dessa. Mas elas poderiam se tornar vida, sorrisos e alegrias, já
pensou nisso?
Se nao, deveria.
sexta-feira, 17 de agosto de 2012
Saber que você faz isso me preocupa-machuca mais do que você
imagina. Eu sei bem como é sentir vontade disso, como é ter seu corpo implorando
por uma atitude errada, uma injustiça consigo mesma.
Não sei a quanto tempo você faz isso ou quando fez pela
ultima vez, mas eu juro que quando você aguenta esse desejo por um tempo ele
melhora muito, e um dia passa.
Comigo pelo menos acontece assim, as vezes ocorre algo que
me deixa mal, ou eu penso algo que me deixe dessa forma, e a vontade de me
machucar aparece. Por incrível que pareca, 90% das vezes que eu quero fazer
isso nem tem motivo ou acontecimento momentâneo. Do nada a vontade aparece, me
toma, me consome, e sem nenhum porque eu preciso conviver com ela, me distrair,
aguardar que ela se vá. E depois de um tempo resistindo ela sempre some.
Eu sempre me questionei o por que de não fazer isso. Se vai
me deixar melhor, por que nao?! Eu
pensava “se os outros podem me machucar, porque eu mesma não posso?!”.
Mas pensando bem, por que não olhar pro outro lado? Por que fazer?
Por que eu, uma menina incrível, forte, com toda vida pela frente preciso me
abalar com os impasses que a vida me traz quando lá fora existem milhões de
motivos pra me fazer sorrir?
Será que você, uma
menina incrível, de verdade, uma menina que causa inveja a muitos, atrai
olhares por onde passa, ilumina mundos com o seu sorriso, merece viver qualquer
tipo de sofrimento? Não. Mas isso é inevitável. Nós sofremos e choramos,
mas crescemos. As lágrimas de hoje são os sorrisos de amanha. Injustica mesmo é
você, que não merece nem um pingo de dor, machucar a si mesma.
A vontade passa, mas
assim como tudo na vida é preciso lutar contra ela, para que assim ela se vá,
finalmente. Se cortar, se machucar, não traz nada do que uma sensação momentânea
de prazer e cicatrizes inúteis.
Talvez eu tenha
exagerado, nao sei se voce se você se sente assim. Eu espero de verdade que não, mas
se isso acontece, que você aguente firme mais um pouco, porque eu juro que se você
não fizer por um tempo até seu corpo deixa de querer essa sensação.
Sabe, são tantos os
motivos pra sorrir, pensa neles, pensa em quantas coisas boas ainda estão por
vir, em quantos sorrisos você já proporcionou e quantas pessoas te amam tanto a
ponto de, se pudessem, sentir a dor que você sente só pra tira-la de você.Um dia eu sentei e
coloquei no papel cada motivo que eu tinha pra não fazer isso. Cada desvantagem
que essa atitude proporciona, mesmo comparada ao prazer do momento. E sério
mesmo, não vale a pena. Ninguém merece sofrer, nem muito menos proporcionar dor
a si mesma. Quando der vontade senta, pensa no sorriso de alguém, ouve uma
música, chora.
Resistir à vontade por um tempo parece ser ruim, mas eu juro
que quanto mais você resistir mais fraca essa vontade fica, e logo logo ela
desaparece. São tantos os motivos pra não fazer isso, você vai ver como é desnecessário.
Sorria, meu anjo. Tem um mundo inteiro lá fora desejando sua
felicidade a cima de tudo, todo tipo de dor passa e todo tipo de sorriso vai
iluminar sua face um dia. Lute por eles e só por eles, esqueça o mal, viva só
em pró do que te faz bem.
terça-feira, 17 de julho de 2012
Sabe, você costumava se preocupar. Você perguntava se eu estava
bem, lia meu blog, e até me abraçava, mesmo que de longe. Você se importava. Você
soube que eu não estava bem, você viu cicatrizes. E foi como se não mudasse
nada, como se eu tivesse tão bem a ponto de não precisar de ninguém, muito
menos você. Você sabia que eu estava sangrando, você sabia que todas as noites,
ao colocar a cabeça no travesseiro, eu me afogava em lágrimas. Você sempre
soube que valia muito pra mim, e mesmo não podendo mudar meu presente, podia me
ajudar. Ajudar a superar tudo isso que vem me torturando.
Mas não, você se
foi. É como se você tivesse desistido, mesmo sabendo de que eu preciso de você
aqui, cada segundo da minha vida. É como se você tivesse ido, porque me amar
tivesse te dado muito trabalho. É como se você também tivesse me largado ao
vento, como se eu não valesse mais nem seu esforço.
Sabe, isso machuca
mais do que qualquer coisa. Eu abri não só minha mente e meu coração como
abriram meu diário pra você. Eu te contei cada mínimo sentimento que me
dominava, eu contei tudo que eu passava. E isso só fez você ir. E sabe, de um
tempo pra cá, tudo que você tem me ensinado, é que não se deve confiar em
ninguém, que se trancar atrás de um sorriso é a melhor opção.
Mas tudo bem, eu
supero isso. É só mais um detalhe, certo?!
Apesar de tudo, eu
sinto sua falta. E eu queria que você pudesse ler isso e voltar atrás, mentir
dizendo que pensou em mim todo esse tempo, que não me esqueceu de como
realmente fez. Talvez ainda de tempo.
Ou talvez não.
quarta-feira, 4 de julho de 2012
Sabe, eu sempre soube que seria assim. Desde que eu resolvi
me entregar de corpo e alma, eu já sabia que essa escolha traria consequências.
Sabia que seu sorriso se tornaria o meu, assim como suas lágrimas. Seus medos
iriam me afligir, suas angustias me consumir e suas perdas iriam me derrubar.
Seu passado, me corroer. Mas eu quis seguir em frente, porque o amor sempre foi
maior do que qualquer coisa.
Apesar de tudo, eu fiz a escolha certa. Não me arrependo de
forma alguma, mesmo estando difícil. Tudo tem doido tanto em você e, consequentemente,
em mim. E eu me sinto tão... Impotente. Eu sinto doer em mim, sinto doer em você,
mas não consigo ajudar. Não consigo mudar o que nos corrói. Dói tanto. É como
se nada que eu fizesse mudasse isso, nada que eu fizesse curasse sua dor.
Você tem ideia do quanto isso dói em mim? Ver-te assim e não
poder fazer absolutamente nada?!
É como se todas suas dores fossem transferidas pra mim, mas
mesmo assim continuassem em você.
sexta-feira, 22 de junho de 2012
Todos achavam que ela estava vivendo, e feliz.
Todos achavam que o cabelo raspado, era apenas uma questão de
estilo.
Todos achavam que as unhas pretas, roupas rasgadas, e o
cabelo despenteado, eram apenas partes de sua personalidade.
Todos achavam que ela estava realmente bem quando ela dizia
estar.
Todos acreditavam no seu sorriso.
Ela andava pelas ruas se arrastando, sem rumo. Ela olhava
para o futuro, e via um borrão cinza. Nos punhos, marcas do passado sofrido. No
organismo, os danos causados pelo fumo. Mas nos lábios, aquele sorriso lindo,
quase um ator. Mas os olhos, oh, aqueles olhos... Já eram foscos.
Ela tinha medo de continuar viva a ponto de ver o irmão se
matar. Ela tinha medo de onde tudo aquilo iria chegar.
Ela não conseguia entender seus sentimentos, nem mesmo suas
dores. Mas doía, como doía. Mas só ela era capaz de entender aquela dor,
aquelas cicatrizes, aquela ausência de seu brilho.
Tudo se fora, ele levara tudo com ele. O passado fez questão
de destruir cada partícula de felicidade existente na garota.
Ele se fora, e levara tudo com ele. Ele se fora, e a deixara
sozinha, sem rumo, sem saber o que pensar nem muito menos fazer. A dor já era
quase uma rotina, nem fazia mais tanta diferença. Já era parte do cotidiano, e
nem trazia mais com ela aquelas estúpidas lágrimas. Talvez ele se fora com elas
também, e não só com o coração da pobre menina.
Tudo parecia escuro, sem sentido. Sem brilho, sem futuro,
sem nada. Nem ninguém. Sozinha pelo mundo, perdida no espaço, descobrindo o
universo, descobrindo medos e dores. Descobrindo sensações boas, mas que depois
vinham com o sofrimento.
É, a tristeza sempre vem.
Felicidade? Só uma ilusão de nós mesmos, felicidade não é
nada. Felicidade não existe.
domingo, 3 de junho de 2012
Dizem que todos os acontecimentos na nossa vida tem um por que. Eu concordo. Nossas dúvidas, fracassos, nossos corações partidos, nossas confusões gigantes e até as decepções e erros. Ultimamente eu tenho vivido uma confusão sem igual. Não tenho respostas, mas inúmeras dúvidas. Não consigo entender porque tudo isso tem que acontecer comigo, nem muito menos até quando vou aguentar. Não sei que caminho seguir nem que futuro planejar.
Futuro? Quem me garante um futuro? Eu vou viver minha vida planejando um futuro que pode vir, e também pode nunca acontecer. Medo? Dor? O que é medo? E quem determina que dor seja ruim? Sem respostas eu crio teorias. Dor, por exemplo, é ruim naturalmente. Quando algo está errado em nosso corpo nós sentimos dor. Se algo está errado é porque não está bom, então naturalmente é uma coisa ruim.
Fé. O que é fé? É acreditar em algo imaginário, sem forma ou aparência própria. Alguns realmente acreditam, outros desejam acreditar como motivação para seguir em frente. Tendo fé em algo imaginário as coisas ficam mais fáceis. Se não está bom, ficará, porque temos fé. E dá certo.
Se tudo pode ser mais simples, porque está tudo complicado? Por que tudo dá errado, por que ninguém pode responder minhas perguntas, encontrar soluções? Não sei.
Sabe, são coisas da vida. Outro dia eu fui assistir uma peca onde os protagonistas buscavam a felicidade, e para isso mudavam 100% elas mesmas. Prometeram não fazer mais o que os proporcionava mais prazer, prometeram mudar. E não levou a nada. Felicidade está em adaptarmos nós mesmos a realidade e encontrar o que nos traz prazer.
No final da peca, conversando com os atores que tinham também escrito a trama, descobri que aquela peca representava o medo deles. Acabaram a faculdade e foram soltos no mundo. Viveram por tanto tempo em um mundinho fechado, e de uma hora pra outra tinham que eles próprios resolver seus problemas, enfrentar seus medos e encontrar suas soluções.
É bom perguntar pra alguém nossas dúvidas sem respostas. Tem coisas que ninguém nunca respondeu nem responderá, mas eu garanto que os outros terão pontos de vista e teses que trarão respostas. Você mesmo vai responder sua pergunta.
Sim, tudo isso faz parte da vida. Todos os medos e dúvidas, fracassos e perdas, dores e angustias. A vida dá problemas pra quem é forte o suficiente pra suportá-los. Talvez você perdeu sua mãe porque a vida quis lhe mostrar como você é capaz de superar os dilemas, por maiores que sejam.
Faz parte pedir ajuda, nós temos que encontrar pontos de paz e ajuda que vão nos salvar nas horas mais difíceis, mas no final nós, somente nós mesmos, vamos conseguir. Provavelmente no final, aquelas mesmas dúvidas do inicio não sejam respondidas, mas pra que respostas se a vida lhe mostrou que aquilo eram apenas obstáculos, e que no final tudo valeu a pena?
Faz parte chorar, gritar, perguntar pras pessoas coisas que nunca pensariam, faz parte mostrar pras pessoas que estamos machucados e também faz parte encontrar salvações. Porque todos esses acontecimentos da vida vão nos levar a um final já estabelecido, onde todos os pontos negros fizeram os brancos valerem a pena, e os brancos superaram os negros.
A luz sempre aparece no final do túnel, abra os olhos, procure a saída. Caminhe, mesmo sem proposito, perca pessoas, troque amigos, colha conselhos, ouça um bandido. No final, tudo faz valer a pena.
Everybody hurts some days
It's okay to be afraid
Everybody hurts, everybody screams
Everybody feels this way, and it's okay
Lalararara, it's okay(...)
Tantas perguntas, tanto na minha cabeça
Tantas respostas que eu não consigo encontrar
Eu gostaria de poder voltar naquela época
Eu me pergunto por quê
Everybody Hurts - Avril Lavigne
sábado, 12 de maio de 2012
where is the love?
(...) Resolvi então abrir os olhos. Um berço, eu estava em
um berço. Em volta, um papel de parede com ursinhos, do qual eu tinha uma vaga
lembrança de já conhecer. Continuei olhando ao redor, era um quarto de bebe.
Minhas pequenas mãos mal alcançavam meus cabelos. Onde estão minhas unhas
compridas e pretas? Porque meu cabelo está tão curto, como eu faria minha
tranca habitual? Quem era eu? Meu corpo não era o mesmo, pernas pequenas e
gordinhas, tudo completamente infantil, diferente. Mas de alguma forma eu já
tinha visto esse corpo. Fotos. Eu me lembrava de fotos, conhecia essa criatura.
Tudo aquilo fez meus olhos embaçarem, sentia lágrimas
surgindo. Mas dessa vez meu choro não saiu como o normal, aquele choro
silencioso e tímido, o que eu chorava tantas vezes deitada na cama, antes de
dormir. Dessa vez eu dava berros estridentes, era impossível evitar, eu gritava
e gritava, enquanto chorava. Qualquer um na casa, ou até na rua seria capaz de
ouvir. Tentei engolir o choro, fechar a boca e enfiar a cabeça no travesseiro,
como já fizera tantas vezes. Sem resultado. Angustia, medo, confusão. E eu
chorava mais e mais, com berros mais altos, saindo do fundo do meu peito, como
quem pede socorro.
Mamãe apareceu na porta, ela estava diferente. Estava
mais... Nova? Sua fisionomia era oposta ao que eu imaginara que seria, tinha a
certeza de um rosto preocupado, desesperado, mas pelo contrário, ela me olhava
como quem já acostumara com aquela situação, àqueles berros e aquelas lágrimas.
Eu já chorara assim tantas vezes? Busquei palavras que pudessem explica-la,
pudessem pergunta-la o que estava acontecendo, mas não encontrava nenhum meio
de dizer. Era como se todo aquele vocabulário bonito que eu passara a vida
aprendendo sumisse da minha mente.
Como quem já realizara essa mesma atitude centenas de vezes,
mamãe passou um braço por baixo de mim, e com o outro me levantou. Aquela pele
quente e macia, o frescor daquele hálito e até o brilho daquele sorriso eram tão
puros, sinceros. Acalmaram-me. Quem me dera esses braços de camomila tivessem
calado meu choro todas as vezes que eu chorava sozinha no quarto, louca por uma
solução, ou até por um fim. Eu não tinha forcas para chorar. A forma como ela
me olhava, o amor que passava com seus olhos simplesmente me calou. Selaram minhas
lágrimas. Era como se não houvesse mais motivos capazes de me entristecer, como
se todo meu mundo, horas antes tão complicado e cheio de responsabilidades, se
resumisse em um colo, aquele colo.
Seus braços me embalavam enquanto seus lábios começaram a
recitar uma cantiga. Eu já a conhecia. No balanço de seu corpo meus olhos
pesados não tinham forcas pra se manter abertos, até que eu só pude ouvir
algumas palavras no fundo da escuridão, sendo levado por um sono profundo,
aquele ninho de seus braços ainda me esquentando e aconchegando. (...)
O que fora aquilo?
Um sonho.
Ou será um pesadelo?
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