sexta-feira, 22 de junho de 2012


Todos achavam que ela estava vivendo, e feliz.
Todos achavam que o cabelo raspado, era apenas uma questão de estilo.
Todos achavam que as unhas pretas, roupas rasgadas, e o cabelo despenteado, eram apenas partes de sua personalidade.
Todos achavam que ela estava realmente bem quando ela dizia estar.
Todos acreditavam no seu sorriso.
Ela andava pelas ruas se arrastando, sem rumo. Ela olhava para o futuro, e via um borrão cinza. Nos punhos, marcas do passado sofrido. No organismo, os danos causados pelo fumo. Mas nos lábios, aquele sorriso lindo, quase um ator. Mas os olhos, oh, aqueles olhos... Já eram foscos.
Ela tinha medo de continuar viva a ponto de ver o irmão se matar. Ela tinha medo de onde tudo aquilo iria chegar.
Ela não conseguia entender seus sentimentos, nem mesmo suas dores. Mas doía, como doía. Mas só ela era capaz de entender aquela dor, aquelas cicatrizes, aquela ausência de seu brilho.
Tudo se fora, ele levara tudo com ele. O passado fez questão de destruir cada partícula de felicidade existente na garota.
Ele se fora, e levara tudo com ele. Ele se fora, e a deixara sozinha, sem rumo, sem saber o que pensar nem muito menos fazer. A dor já era quase uma rotina, nem fazia mais tanta diferença. Já era parte do cotidiano, e nem trazia mais com ela aquelas estúpidas lágrimas. Talvez ele se fora com elas também, e não só com o coração da pobre menina.
Tudo parecia escuro, sem sentido. Sem brilho, sem futuro, sem nada. Nem ninguém. Sozinha pelo mundo, perdida no espaço, descobrindo o universo, descobrindo medos e dores. Descobrindo sensações boas, mas que depois vinham com o sofrimento.
É, a tristeza sempre vem.
Felicidade? Só uma ilusão de nós mesmos, felicidade não é nada. Felicidade não existe.

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